quarta-feira, 13 de janeiro de 2010


  Nos visitem em http://titonomundo.blogspot.com/!

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Car@s, tudo que é bom (e o que não é tb) chega ao fim. Então, estou encerrando esse blog. Já fiquei grávida, a barriga já cresceu (MUITO!) e o Tito já está aí. Portanto, essa página fica meio sem sentido. Mas como eu adorei a experiência de ter um blog que as pessoas lêem, estou me arriscando em um novo lugar: http://titonomundo.blogspot.com/. Lá vocês podem acompanhar um pouquinho da nossa vida com o Tito já do lado de cá da barriga.

Antes de terminar, no entanto, gostaria de deixar aqui algumas últimas reflexões sobre esse processo. Comecei a escrever esses pontos em novembro, no meu diário de grávida/mãe, e termino agora. Sei que o que vou escrever aqui não serve pra todo mundo. Desde sempre, tive muita sorte na vida, e com minha gravidez e meu filho não foi diferente. Mas digo isso também porque sei que nem todo mundo tem ao lado uma pessoa tão paciente, disponível e envolvida em todo o processo como meu companheiro (já há 10 anos!) Gustavo. Nem todo mundo tem famílias e amig@s tão legais e presentes. E também sei que nem todo mundo trabalha em um lugar que aderiu à licença-maternidade de 6 meses e ainda me apoiou fortemente durante a gravidez, ajudando a criar um ambiente acolhedor e seguro para nós e para o nosso filho. Enfim, tenho um emprego que gosto e estável,  tive família e amig@s empolgad@s com a gravidez e com a chegada do Tito e muita vontade de me/ nos preparar para isso. As reflexões a seguir vem daí e espero que sirvam para que outras mulheres e homens possam fazer da gravidez e da chegada do(a) bebê um momento mais tranquilo e menos estressante para todo mundo.

1) A primeira reflexão pode parecer muito óbvia, mas pelo que a gente vê por aí, não o é para tod@s. Escolha muito bem o pai/ a mãe do seu(sua) filho(a). Isso faz TODA diferença! É muito bom poder conhecer e confiar no(a) companheiro(a) em um momento de tantas dúvidas, ansiedades, inseguranças e felicidades. Fora isso, se os dois não estiverem muito entrosados e realmente a fim de ter um(a) filho(a), a coisa toda pode melar com uma facilidade incrível, afinal de contas, apesar de serem momentos MARAVILHOSOS, tudo é muito novo, intenso e pode se tornar muito estressante. É essencial que os dois queiram crescer e amadurecer juntos nesse processo.

2) Por favor, não resolva mudar de casa, reformar o apartamento ou qualquer outra coisa do gênero durante a gravidez ou com um(a) recém-nascido(a) em casa (a não ser que você goste muito dessas coisas e não se importe com a confusão e trabalheira envolvidas)! Faça as mudanças mínimas necessárias para receber o rebento em um ambiente físico bacana, mas saiba que, apesar de parecer que está tudo mais ou menos igual porque ele(a) ainda está dentro de você, ISSO NÃO É VERDADE! A gravidez dura mais ou menos 9 meses (ou 40 semanas) não só para dar tempo da criancianha amadurecer dentro de você, mas também para dar tempo de você, o(a) companheiro(a), a família se prepararem, sobretudo, emocionalmente para recebê-la. Portanto, ao invés de investir energia, tempo e dinheiro na casa, faça o mínimo e INVISTA em você: mude alguns hábitos (sem grandes cobranças) e prepare o seu espírito para a nova vida! Eu escolhi fazer yoga pra gestantes (Instituto Aurora) durante uns 5 meses e sei que esse processo foi fundamental para eu ficar mais tranquila e minimamente preparada para a chegada do meu filho e para as mudanças no meu corpo e nas relações com o meu companheiro, com as nossas famílias e na nossa rotina.

3) A preparação interna é, sem dúvida, o mais importante, mas nossa barriga crescendo mês a mês não nos deixa esquecer das mudanças físicas. Por isso, não deixe de se preparar fisicamente também. Busque se alimentar melhor e com mais consciência (mas sem grandes privações porque gravidez não é martírio), se exercite fazendo uma coisa que goste e se prepare para aceitar um corpo difente. Tente não engordar muito: isso é essencial para que você e seu(sua) filho(a) estejam saudáveis para o parto (NORMAL, por favor!) e os meses a seguir. Eu busquei uma nutricionista (foram só 2 encontros durante a gestação) que me ajudou muito, mas o que mais me ajudou foi a máxima: não comer POR dois, mas comer PARA dois; ou seja, investir na qualidade e não na quantidade. Engordei mais ou menos 8 kg.

4) Crie tempo para você durante a gravidez e depois do nascimento. Nós não tivemos babá, nem empregada (temos faxineira e passadeira de 15 em 15 dias), nem minha mãe nem minha sogra vieram morar com a gente. Meu marido tinha acabado de mudar de emprego, então teve só 5 dias de licença (aliás, um total absurdo da nossa legislação se queremos pais mais comprometidos com a criação de nossos filhos(as)). Mas tanto durante a gravidez, quanto depois do nascimento do Tito sabíamos que estavámos muito dispostos a aprender e que iríamos descobrir OS DOIS como cuidar dele da melhor maneira, sem medo de errar ou de pedir ajuda quando preciso, mas também querendo descobrir um jeito nosso de viver essas experiências. Para nós, foi a melhor escolha e nos deu confiança para cuidar dele e sermos mãe e pai.

5) O parto não começa nem acaba com o parto. Em outras palavras, esse momento não é qualquer coisa e, no geral, nós somos muito mal preparadas para ele. A pior coisa que pode acontecer durante o trabalho de parto é o pânico, ou seja, medo excessivo mal administrado. Para que isso não aconteça, ao invés de se preocupar com o enxoval e o quarto do bebê e optar por uma cesárea desnecessária, invista tempo da gravidez pesquisando sobre o assunto: o durante, o antes e o depois. Hoje em dia, encontramos muita coisa na Internet, mas não deixe de conversar com pessoas que já pariram (ou que acompanharam partos), ler sobre o assunto, ir a paletras etc. Certamente seu(sua) obstetra será fundamental, mas quem deve escolher seu parto (salvo exceções) é você. O parto NÃO é uma operação e não existem apenas cesárea ou parto normal. A melhor arma contra o medo é a confiança e só dá para estar confiante tendo informação. Eu mudei duas vezes de obstetra durante a gestação, contratei uma doula para estar conosco durante o trabalho de parto, fizemos aula de parto (Gustavo e eu), lemos muito e ainda que meu parto não tenha sido exatamente como previsto, valeu cada centavo e minuto do nosso dinheiro/ tempo. Nada pode pagar duas pessoas tranquilas e felizes durante todo o processo e um nascimento saudável para mãe e filho(a). Alguns sites indicados aqui dão informações sobre o assunto.

6) Não saia comprando tudo que dizem ser necessário para você e seu bebê durante a gravidez. Tem muita coisa inútil que tentam nos empurrar, mas também há outras tantas que fizeram toda a diferença em nossas vidas. Aqui vão algumas delas: a) cinta pós-parto - geralmente é recomendado pelo obstetra que a use pelo menos nos primeiros 40 dias. Mas certifique-se de comprar uma mais adequada para a estação do ano/ clima de onde mora e também que esteja de acordo com o seu manequim. Não é preciso sofrer para o corpo voltar ao normal; b) almofada para amamentação (em U) - ajuda muito mesmo, principalmente para evitar dores na cervical, pescoço e braços, que podem ficar tencionados quando começamos a amamentar. Levo inclusive quando vou viajar com ele. Também ajuda se você tiver uma poltrona, cadeira ou sofá com braços mais altos, onde possa apoiar o seu braço durante a amamentação; c) sling - eu comprei um e ganhei dois de argola durante a gravidez e não usei nenhum deles. Acabei descobrindo que, por causa do meu problema na coluna e do peso/ tamanho do meu filho, o wrap sling seria o mais adequado pra mim. É muito bom ter um sling para carregar o bebê, mas antes de comprar, pesquise bastante e compre um só para experimentar; d) móbile para berço: ganhamos um durante a gravidez. Muito fofo, artesanal, lindinho mesmo, no entanto, depois do nascimento do Tito descobrimos que seria necessário um que rodasse e fizesse barulho (no caso, tocasse uma musiquinha). Pagamos caro, mas valeu cada centavo porque muitas vezes por dia posso deixá-lo por 10, 15 minutos no berço brincando, olhando pro móbile e até dormindo. Mas acredito que isso deva variar de acordo com a criança. Com o nosso, funciona muito; e) babá eletrônica - pedimos de presente antes dele nascer. Ela foi essencial, mas usamos muito pouco. Nós fizemos a opção de manter o Tito dormindo no nosso quarto o tempo mínimo para termos confiança de que nada iria acontecer com ele se ele dormisse em outro cômodo (e estou falando de um bebê que dorme pelo menos 5 horas por noite desde os primeiros dias). No nosso caso, esse tempo foi de um mês. A babá eletrônica ajudou muito nas primeiras semanas em que ele passou a dormir no seu quartinho, mas depois de um tempo eu escutava quando ele acordava sem precisar da babá eletrônica (nossa casa é pequena e os quartos ficam um de frente para o outro). Então, avalie bem o seu caso porque não é algo baratinho; f) bebê conforto - também pedimos e ganhamos de presente. Maravilhoso! Apesar de não termos um carro nosso, andamos muito de táxi e o bebê conforto é essencial para transportar a criança. No início, primeiras semanas, ele ficava direto ali. Hoje em dia (quase 5 meses), serve como uma cadeirinha de balanço, às vezes coloco na sala com um brinquedinhos e ele fica sentadinho. Vale a pena mesmo; g) Roupinhas e afins - olha, se você mora no RJ como eu (ou em algum outro lugar quente), não vale a pena encher o armário de roupinha. É verdade que criança usa muita roupa porque suja muito, mas nesse verãozão do Rio ele passa quase que o dia inteiro só de fralda! Ele perde muita roupa (eles crescem MUITO rápido nos primeiros meses) sem nem mesmo ter usado. Então, seja comedida(o) na hora de comprar e não se esqueça de que hoje em dia existem vários brechós infantis, com roupas e outros artigos semi-novos que podem ser encontrados bem abaixo do preço. Além disso, dessa maneira podemos evitar o consumismo e colocar em prática pelo menos 2 dos 3 Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). A gente não comprou nesses lugares durante a gravidez e me arrependo muito.

7) Por último, e nem por isso menos importante, a AMAMENTAÇÃO. Amamente seu(sua) filho(a). Nem sempre é fácil, tem momentos que dá vontade de desistir, você vai ouvir todo o tipo de maluquice sobre o seu peito, o seu leite, o seu filho, mas procure guardar apenas as experiências positivas das outras pessoas. É sim possível uma criança ficar bem, crescer bem e saudável mamando só no peito até os seis meses. E, acredite, apesar de toda a intensidade, seis meses passam voando. Mas o fortalecimento da relação que acontece entre mãe e bebê ficam. Procure também pesquisar, conversar e ler sobre o tema, se preparar com informação, assim como no caso do parto, porque esse e um outro assunto cheio de mitos e dificuldades. Se você tiver seu filho em um hospital com uma equipe de enfermagem bacana, peça ajuda nas primeiras mamadas porque elas vão te dar segurança para amamentar quando estiver sozinha em casa. Se as dificuldades persistirem, converse com seu obstetra, o/a pediatra e, antes de decidir complementar o seu leite (se for esse o caso), procure ajuda em um grupo de apoio (as Amigas do Peito é um deles). Há muitas mulheres engajadas em ajudar outras mulheres que estão amamentando. Se, por algum motivo, você não puder amamentar por muito tempo, não se sinta culpada, a culpa e o estresse são os piores inimigos da amamentação, mesmo que seja complementar.

No mais, espero que todas as mulheres e homens que querem ser mães e pais possam um dia ter a oportunidade de viver esse momento de profunda transformação com muita autonomia, informação e confiança para que possam aproveitar todas as coisas maravilhosas que podemos viver e aprender durante a gravidez e com a chegada do(a) bebê e para que possam enfrentar as dificuldades do processo com coragem e disposição sabendo que a melhor recompensa de todas é essa aqui: http://www.youtube.com/watch?v=hMG9Hr6w_z0.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Amamentação e dor

Sei que deve parecer estranho tocar nesse assunto agora, com meu Tito com 4 meses e meio, mas estou há algumas semanas pensando nisso. Amamentar é muito legal. Além de toda importância para a saúde do bebê, tem a questão do vínculo entre mãe e criança e a praticidade, afinal de contas, com um(a) bebezinho pequeno e todas as novidades que vêm com ele(a), é muito bom não ter que ficar esquentando mamadeira a cada duas horas! Fora que vc pode ir pra onde quiser sem ter que levar uma parafernália ainda maior! Dito isso, e sei que para cada uma a experiência é muito distinta, é preciso dizer também que há dor. Estou contando isso aqui porque realmente achava que a dor seria só no comecinho porque ele ainda não pegou direito ou o bico do peito ainda não está acostumado à sua mais nova função. Comigo não foi bem assim. Doeu muito a partir de 15 dias mais ou menos (como meu querido Tio Mauro já havia alertado) porque é quando pelo menos o Tito começou a mamar mais vezes e por mais tempo, fazendo também mais força. Foi a época em que os mamilos começaram a rachar e em que às vezes o leite empedrava. Mas o fato é que, vez ou outra, isso acontece de novo. Pouco depois do Natal, por exemplo, meu leite empedrou de novo (e olha que tinha empedrado na semana anterior) e dói pra caramba. Agora sei que dá pra tomar dipirona, o que alivia bem a dor, mas eu fico muito tensa, morrendo de medo de ter uma mastite porque a região em que o leite empedra fica muito endurecida. Faço massagem, compressa de água fria (que ajuda a diminuir a produção do leite, além de aliviar a dor), tento fazer ordenha manual (sou péssima nisso!), dou peito em várias posições, mas não raro fico com a mama empedrada de um dia para outro, sofrendo com a dor e com a possibilidade da mastite. Bem, isso foi o mais comum. Agora, pouco antes do reveillon, um dos bicos ficou muito ferido e foi mais um sofrimento. E dá-lhe dipirona e pomada, mas foi FXXX! Me lembrei da dor que senti no começo. Tem horas que realmente a gente chega a pensar em desistir porque não é mole dar o peito com ele ferido, rachado, dolorido. Por isso valorizo ainda mais quem consegue persistir e cada vez menos julgo aquelas que acabam desistindo no meio do caminho. Enfim, o objetivo não é causar pena, mas compartilhar para a gente não glamourizar a amamentação e fazer dela uma escolha bastante consciente, sabendo de tudo o que pode acontecer. Por último, digo que essa dor também é muito solitária, apesar da solidariedade das pessoas (sobretudo do marido), acho que é difícil ter ajuda nesses casos em que vc tem que esperar para a dor passar. Mas é claro que sou uma pessoa otimista e quero ser ajudada, então além das amigas com quem conversei, da pediatra do Tito e do Tio Mauro, estou querendo muito ir à reunião das amigas do peito aqui em Niterói. Quem sabe ainda não consigo fazer desse experiência algo menos doloroso antes da minha licença acabar?