terça-feira, 8 de setembro de 2009

pouco mais de 2 semanas depois...

É, minha gente, só agora consegui ter cabeça para voltar a escrever aqui. Tanta coisa e tudo tão novo. Tantas coisas muito legais e outras nem tanto... Enfim, o nascimento da criança nos leva de volta àquela sensação de quando descobrimos que estamos grávida, ou seja, "o que faço agora?". Tudo bem, estou exagerando, na verdade, eu e Gustavo podemos dizer que ter uma terceira pessoinha conosco pareceu muito menos difícil do que todo mundo diz. Talvez porque consegui ter o parto normal, o que fez com que ele tenha nascido muito bem (apigar 9 no 1º minuto e 10 no 5º!), meu leite desceu super tranquilo e ele pegou no peito ainda no hospital (com a ajuda das maravilhosas enfermeiras da S. José!).

Bem, vamos começar do começo:

- Sobre o parto: como tudo na vida, não foi exatamente o parto dos meus sonhos, mas foi o melhor parto possível depois de toda nossa busca e empenho. Na quinta à tardinha havia ido ao obstetra e não havia nenhum sinal de que eu entraria em trabalho de parto. Saimos de lá, fomos lanchar no Rio Sul e foi aí que o trabalho de parto começou. É claro que não achei que fosse trabalho de parto, já que havia acabado de sair do médico e nada indicada que Tito nasceria logo. Isso foi mais ou menos às 19h30. Voltamos pra casa, dormi um pouco (tudo com muitas dores) e acordei de novo meia noite e meia com dores e um quadro mais claro de contrações. Gustavo começou a monitorar e vimos que estavam vindo de 5 em 5 min. Mas eu ainda não estava acreditando, achava mesmo que era alarme falso e por isso não queria ligar nem pro obstetra, nem pra nossa doula. Lá pelas 2h Gustavo me convenceu de ligar pra Fadynha (a doula). Ela tb achou estranho e mais provável ser alarme falso, mas falou para continuarmos monitorando e se o ritmo se mantivesse por mais meia hora, ligar pro obstetra e avisá-la. Foi isso que fizemos, já que a coisa não parou. Ligamos pra ele e ele nos mandou imediatamente para a S. José e que ligássemos quando estivéssemos chegando ao Rio porque nos encontraria lá. Avisamos a Fadynha, pegamos um táxi e às 3h chegamos na S. José. Apesar da simpatia da moça da recepção, que inclusive queria me mandar direto pro Centro Cirúrgico, consegui continuar meu trabalho de parto no quarto, só com Gustavo e Fadynha. O obstetra chegou logo depois. Até então, eu ainda acha que seria bem possível ele me examinar e me mandar de volta pra casa por falta de dilatação. Mas eu já estava com mais ou menos 5 cm e o tampão havia saído. Não sei ao certo por quanto tempo ficamos no quarto. Ele ainda veio mais uma ou duas vezes medir a dilatação e acho que pouco antes das 6h nos mandou pro centro cirúrgico, para a sala de pré-parto (um cubículo sem banheiro, bem menos confortável e acolhedor do que o quarto). Fui andando para o Centro cirúrgico, que ficava no mesmo andar, para espando das enfermeiras. Chegando na sala de pré-parto, meu obstetra já estava lá e falou que ia romper a bolsa. Entrei em pânico (contido, é claro) porque queria esperar as coisas acontecerem. Até aí, estava tudo bem tranquilo e as dores eram suportáveis. Ele falou que precisava romper para ver se o líquido amniótico estava OK e para ajudar o bebê a descer (mas como eu e o Tito estávamos bem, não me convenci). Pedi então para esperar o Gustavo chegar (ele e Fadynha entraram por outro lugar para mudar de roupa). Ele ficou meio bravo, não entendi bem o porquê, mas esperou e rompeu a bolsa, para minha frustração. Ficamos mais um bom tempo nessa sala, com Gustavo e Fadynha fazendo massagens e me ajudando. Acho que suportei bem a dor, mas não sei se pelo estresse com o médico ou se pelo meu limite mesmo, não consegui não pedir a analgesia. Quando já estava com 8 cm de dilatação, quase implorei por ela. O cara da anestesia era um ogro total, o que não facilitou nada as coisas. A essa altura, depois de conseguir tomar a injeção, eu fiquei super triste e decepcionada comigo mesma... Mas aí já faltava muito pouco. Acho que fomos para a sala de parto uns 40 min. antes dele nascer. Lembro que antes de sairmos na sala de pré-parto, o obstetra havia chamado o Gustavo para ver a cabecinha do Tito. Faltava pouco mesmo. Fomos pra sala de parto quando a dormência na perna já havia melhorado. Tive que fazer força e foi difícil saber onde concentrar a força com a sensibilidade alterada pela analgesia. O cara da anesteia foi quem deu "aquela forcinha" empurrando minha barriga com o braço enquanto eu fazia força pro Tito sair. Ele nasceu às 8h49 de sexta-feira super bem. Gustavo foi quem cosrtou o cordão, ele veio pra cima de mim e ficou um pouquinho conosco antes de seguir com a pediatra e com o Gustavo para o berçário antes de ir pro nosso quarto. Eu continuei lá, de perna aberta, sendo costurada. Nem vi que a placenta já havia saído e que tinha sido feita a epidotomia que eu tanto quis evitar... Segundo o obstetra, se ele tivesse nascido de 40 semanas (ou seja, 2 semanas depois), era bom possível ter sido necessária a cesárea.

- Ainda no hospital: cheguei no quarto pouco antes de Gustavo e Tito, que ficou conosco quase que o tempo todo. Como disse antes, recebemos um super-suporte da equipe de enfermagem do berçário que nos ensinou a amamentar e tb nos mostrou banho, troca de fraldas etc. O grande problema no hospital, foi que Fadynha foi chamada a atenção porque, ao que tudo indica, a S. José proibe a entrada de doulas. Um total contra-senso! No nosso caso, ela tinha sido escolhida e contratada por nós e autorizada pelo meu obstetra. Enfim, ainda queremos escrever uma carta pra lá reclamando. Mas tirando isso, foi tudo muito legal. Acabamos só saindo de lá no domingo de manhã o que foi ótimo porque muita gente aproveitou para nos visitar lá mesmo. Foram umas 50 pessoas desde sexta de manhã (minha irmã foi a primeira!) até sábado à noite.

- Episotomia: sinceramente não fazia idéia de como é chato e doloroso ter que lidar com os pontos da episotomia. Tenho falado que, se não fosse isso, eu estaria 100% no segundo dia. Mas a chatice dos pontos, que têm me incomodado muito, não tem deixado. Já faz mais de 2 semanas que ele nasceu, o médico já tirou a maior parte dos pontos, mas continuam doendo (e agora também coçando). Eu tenho tomado remédio pra dor, mas eles continuam limitando meus movimentos e posturas. Espero que tudo isso passe até o final do mês. Agora, mais ainda, não consigo compreender como alguns médicos adotam esse procedimento como rotina e não apenas em caso de necessidade!

Um comentário:

  1. Adorei esse relato! Tudo nele pareceu muito próximo ao que vivi! Mil beijos para o meu sobrinho querido e para esses pais tão lindos que me emocionam a cada dia.

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